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Trama - Ano 3

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Mensagem por Narrador Dom Jul 19, 2009 10:10 pm

Era a última noite das crianças na escola. As férias começariam na manhã seguinte, quando entrariam no Expresso de Hogwarts de volta para suas casas, para aproveitarem o verão com a família e amigos.

Apesar de todos os conflitos no mundo bruxo, o clima de apreensão parecia estar para fora dos muros da escola, pois todos se confraternizavam com muita alegria. Os novatos ainda sentiam um frio no estômago com a disputa pela Copa das Casas. Os mais velhos, faziam cálculos e comemoravam as possíveis vitórias. Pontos adicionais sempre apareciam no último dia, e a disputa entre Grifinória e Corvinal estava acirradíssima.

A mesa dos professores estava completa, contando até mesmo com a presença do diretor, Sir Arthur Bassington. Ao seu lado direito estava a professora de feitiços, Mihaita Vrajitoare, cada dia mais ausente e também mais pálida. Do lado esquerdo, a agente do Ministério, Elizabeth Lovelace, sempre com um sorriso jovial no rosto. Em seguida, vinham os chefes de casa, Eskarina MacOgma e Ernest Butler, que bastante aéreo, parecia incomodado naquele lugar, do lado oposto, Helena Chevalier e Manuela Gouveia. Ao lado da cigana, os professores de Herbologia, Charlie Windsawn, e de Astronomia, Zolf Kimbley. Na ponta oposta, o jovem professor de Poções, Darius Mortymer, e o jovial professor de Vôo, Tyler Bennet. O único professor ausente era a de História da Magia, Anna Shoronova, mas suas esquisitices já eram conhecidas, e alguns alunos se sentiam até mais seguros longe dela. Completavam a mesa o auror Thomas Miller, o guarda-caças Mathew McQueen, e as curandeiras Jane Beresford e Katherine Kirsten.

Um rebuliço começava a se formar devido a demora em um pronunciamento oficial que veio subitamente pelo diretor. Ele se levantou, fazendo todo o salão se calar.

_Boa noite. Tivemos um ano extremamente atípico, com muitas perdas. O mundo lá fora se agita em alianças das trevas, e tentamos manter todos seguros aqui dentro, o quanto pudemos. Continuaremos lutando para manter Hogwarts a salvo, e aguardamos todos vocês no ano que vem. Sei que esperam pelo resultado das provas, e talvez essa seja a grande boa notícia do final do ano.

Sir Bassington deu lugar para a romena ao seu lado, que se levantou com um pergaminho na mão. Ele deu um passo para trás, afastando sua cadeira, e permitindo que as atenções se concentrassem na professora de feitiços, e não nele, o que era bastante complicado, visto suas atitudes pouco usuais.

- Boa noite. Tenho em minhas mãos a relação de todos os alunos que passaram de ano. – E começou a ler.

Uma chuva de chapéus ganhou o ar por cima das quatro mesas das casas! Todos comemoravam sua aprovação, até mesmo aqueles que já tinham perdido as esperanças.
Ambos os professores em pé aguardaram um momento para não estragar a comemoração, o que durou exatos trinta segundos, pois a paciência de Sir Bassington não acompanhava a eternidade.

_Silêncio!-ordenou ele, sendo imediatamente atendido. O resmungo de uma sonserina do terceiro ano ainda pode ser ouvido sobre o silêncio súbito dos demais.

_Vamos agora para o resultado da Copa das Casas. Este ano, a disputa tornou-se realmente interessante, com os leões e os corvos disputando a liderança. E como vocês podem acompanhar, o resultado final foi...

Sir Arthur apontava para as quatro colunas de pedras preciosas ao seu lado esquerdo, quando a porta do Salão Principal se abriu de repente, com um estrondo, dando lugar a uma figura já conhecida por todos. Anna Shoronova corria, completamente descabelada, e com bandagens penduradas por todo o corpo.

Seus cabelos, sempre muito bem presos em coque, agora estavam revoltos ao vento. Suas roupas estavam rasgadas em várias partes, e seus pés estavam descalços e sujos de lama. Tinha arranhões no rosto e nos braços, com um pouco de sangue misturado a terra.

_Lo-lo-lobisomen!!!!!! –gritou ela –_Tem um lobisomem aquiiiiiiiii!!!! – gritou ensandecida, e apontou sua varinha para o salão. As crianças gritaram assustadas, sem saber se com medo da criatura ou da professora. Os mais sensatos se jogaram para debaixo da mesa, alguns ainda ficaram na mira da professora que apontava sua varinha para todos os lados. Raios vermelhos foram desferidos, destruindo prateleiras, bandeiras, cadeiras e lustres.
_Estupefaça!-gritou ela, e um raio atingiu em cheio as colunas com pedras preciosas! Esmeraldas e rubis voavam para todos os lados, seguidos das azuis e amarelas.

Jane Beresford e Katherine Kirsten correram para segurar a insandecida professora de História da Magia. Mas as duas mal conseguiram chegar perto. Thomas Miller conseguiu acertar um feitiço de impedimenta, paralizando a mulher por alguns instantes. O guarda-caças, Mathew McQueen a segurou, e, acompanhado das curandeiras, levou-a para a enfermaria.

A festa tinha se estragado por completo. Os professores confabulavam sobre a denúncia da Shoronova ser verdadeira ou não. Eskarina parecia ter levado mais a sério do que a maioria dos professores. Mas precisavam antes manter os alunos seguros.

_Chega! Vamos voltar para o resultado da Copa das Casas. Como podem ver, não podemos mais definir um campeão, então decreto empate técnico entre todas as Casas, não havendo um vencedor este ano. _quem ainda estava inteiro, conseguiu se manifestar indignado. _Sem reclamações! Aqueles que não estiverem feridos, sigam para seus salões comunais. Os demais, permaneçam aqui para receberem atendimento. A festa está encerrada! –ordenou o diretor que se retirou imediatamente do Salão Principal, seguido de Mihaita Vrajitoare.


***

Era noite de encerramento do ano letivo, uma noite muito esperada pelos alunos, afinal, nesse dia a Taça das Casas seria passada para a casa que tivesse conseguido melhores pontos durante o ano. O Ano, mais uma vez, muita coisas aconteceram no castelo, mistérios que ainda dançavam na mente de Eskarina, no momento postos um pouco de lado, porém jamais esquecidos.

Arthur tomou a palavra para declarar a casa campeã e a tensão no salão chegou a estalar, os ânimos exaltados, alunos já começavam a cantoria. Só que ao invés de um grito de vitória, o que se ouviu foi uma mulher gritando histericamente, era Shoronova, parecia ter saído de um filme de terror Trouxa, toda arranhada e descabelada. Embora estivesse transtornada, parecia muito certa no que dizia.

_ Lo-lo-lobisomen!!!!!! Tem um lobisomem aquiiiiiiiii!!!! - Os olhos dela mostravam medo, e Esk não teve duvidas, a mulher não mentia. Shoronova estava praticamente fora de si, e começou a atacar um Lobisomem imaginário, mas o que conseguiu foi destruir as ampulhetas das quatro casas.

Eskarina teve um arrepio mórbido, quando viu as esmeraldas misturando-se com os rubis no chão de mármore, parecia sangue escorrendo por um gramado e isso lhe trouxe lembranças do ataque dos Centauros, e se Shoronova estivesse mesmo certa, era melhor tomarem providencias logo, afinal, uma vez conseguiram paz com os homens-cavalos, mas e agora? O que poderia acontecer?

Sir Arthur gritou pedindo silencio, enquanto a Medbruxa Kirsten, Jane Beresford, Thomas Miller e McQueen imobilizavam a professora. Thomas trocou olhares com Esk, ele também acreditava no que a bruxa russa dizia. Agora a copa das casas já não existia, fora dado como empate. O diretor de repente ficara perturbado, sentou-se sério e cochichou algo ao pé do ouvido de Mihaita, Esk quis muito usar Legimencia, mas um bruxo do nível de Sir Bassington nunca está desprotegido.

A vice-diretora pediu que Ernest ficasse de olho nos alunos, o inglês acatou o pedido, mostrava-se preocupado, mas confiava em Esk; O banquete que começara magicamente, agora já parecia não ter tanta graça, e a entrada triunfal de Shoronova já estava virando piadas em meio a tortas e coxinhas, mas não para a escocesa. Ela foi até o lado da mesa onde estava Charlie Windsawn, Tyler Bennet e Daryus Mortymer pedindo que ajudassem na ordem do salão e na retirada dos alunos até os salões comunais, pois ela precisaria sair por uns minutos e em breve voltaria, se houvesse algum problema, mandassem uma mensagem que ela voltaria na hora.

Com uma barreira levantada em sua mente, pediu licença ao diretor, dizendo que iria até a enfermaria. Arthur olhou-a diretamente nos olhos, claramente desconfiado, mas por que estaria incomodado com a saída dela do banquete? Nesse momento Esk lembrou perfeitamente das palavras do Centauro chefe: "- Entretanto, fiquem atentos, o diretor não é quem ele parece ser... Profanador". Com esse pensamento, a bruxa saiu apressada, mas não em direção da enfermaria e sim dos jardins, com seu fiel corvo, Draven por companhia.

- Sei que não vai gostar, mas traga Miller aqui, e tem de ser rápido.


***


Thomas Miller ocupou seu tradicional lugar à mesa dos funcionários de Hogwarts e manteve-se em silêncio e rigido na cadeira. Não era um comportamento comum, principalmente para alguém como ele. Mas aquela noite não parecia ter muita significância para Thomas. Ao contrário, desejava ardentemente estar a milhas dali, talvez, quem sabe, em breve não esteja.

Os anúncios oficiais se iniciaram, e os alunos pareciam agitados e nervosos. Mas a mesa dos professores estava envolta em uma nuvem de preocupação e dúvidas tão grande que todos manteram-se em completo silêncio. Ao menos, eles não se preocupariam com atitudes pouco agradáveis da professora de HDM…

- Lo-lo-lobisomen!!!!!! Tem um lobisomem aquiiiiiiiii!!!!

- Mas que… - imediatamente, Miller sacou sua varinha e ergueu-se da cadeira. A bruxa estava totalmente fora de si, e começava a gritar com os alunos que entravam em seu campo de visão. Os cabelos revoltos, as vestes rasgadas e a lama espalhada por todo corpo faziam-na parecer um troll com ataque de gastrites. Por sorte estava tão alterada que não pode fazer boa mira nos alunos. Mesmo assim, os seus feitiços já faziam grandes estragos, um deles envolvendo o grande e precioso placar das casas, que ficou em mil pedaços. – Estupefaça!

Felizmente, em momentos como aquele, Miller conseguia manter um sangue frio quase impossível. Fizera uma mira quase perfeita, que nocauteou a russa. Algumas pessoas o olharam surpresas, mas o que se há de fazer? As duas curandeiras de Hogwarts mal deram conta da professora. Por sorte, McQueen ofereceu sua ajuda para levar dali a inconsciente Anna.

- Isso não é nada, nada bom. Droga. – esbravejou o auror, ao voltar para seu lugar na mesa. Eskarina passou por alguns professores, pedindo a ajuda para levar os alunos do salão direto para seus Salões Comunais. Ao passar por Miller, os dois trocaram olhares significativos e ele indicou com a cabeça o lugar de Sir Arthur. Os dois acreditavam saber o que poderia estar acontecendo.

Miller foi interrompido pelo tão odiado corvo de Eskarina, que sobrevoou sua cabeça. Esperando um ataque por parte do animal, Miller já ia sacando a varinha, quando ente crocitou e pediu para que o seguisse.

- Tudo bem… Mas não pense que desisti de fazer um cocar com as suas penas…


***
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Mensagem por Narrador Ter Jan 11, 2011 10:07 pm


[Noite do Banquete de Encerramento - Continuação do Salão Principal]

O castelo já estava completamente silencioso, alguns pequenos pontos de luz brilhavam de algumas janelas espelhadas pelo grande edifício. A brisa gélida da noite fez com que o auror fechasse mais o seu sobretudo verde escuro. Seus passos eram firmes e empunhava a varinha de modo atento e desconfiado. Qualquer balanço das folhas das árvores era motivo para se virar e apontar a varinha a ermo.

“Covarde!”

Com um sorriso de escárnio, ergueu os olhos verde vivos e gélidos e mirou aquele que estava no topo da sua lista de sonhos a serem realizados... Ou melhor, sumiços a serem realizados. Riu do Corvo de Eskarina MacOgma.

- Quem sabe eu não te mando na frente? Assim poupo trabalho e mato o lobisomem por envenenamento... – respondeu com a voz carregada de sarcasmo.

“Apesar de acreditar que esse tipo de criatura se contenta com carne de segunda...”

Mais uma vez o farfalhar de um arbusto chamou a atenção dos dois. Felizmente, porque Miller preparava a sua varinha e apontava diretamente para o corvo. Ainda teria a sua chance, por hora, deveria ficar mais atento, visto que já se aproximava da Orla da Floresta Proibida.

As árvores balançavam ao sabor da brisa, e toda a Orla era banhada pela luz prateada do luar. O clima era fantasmagórico. Algumas corujas sobrevoavam a copa das árvores e pousavam em alguns galhos. A noite estava extremamente silenciosa, a não ser por alguns pios fracos.

- Ainda não acabamos... – murmurou Miller, acertando as vestes e caminhando apressado, visto que identificara mais a frente um ponto vermelho bem na entrada da floresta.

“Estarei esperando... Se voltar vivo... hehe...”

Eskarina MacOgma começava a ganhar forma a medida que ele se aproximava do local onde ela lhe esperava. Ensaiou a expressão mais concentrada que poderia elaborar naquela situação, a qual o desejo de empalhar o animal de estimação da Vice-Diretora lhe arrancava risadas irônicas.

- Boa Noite. – desejou cauteloso, esperando não pregar um susto na bruxa que parecia muito concentrada.

- Ah! Aí está você. Obrigada por vir...

- Não se preocupe, eu também pensei que talvez... Bom, você entende. – ela apenas fez que sim com a cabeça e voltou seu olhar para a floresta e sua escuridão. Apontou com a varinha para as árvores mais ao longe.

– Consegue ver?

Ao apertar os olhos e se concentrar no ponto em que Eskarina lhe apontava, percebeu que algumas daquelas árvores foram profundamente marcadas. Tratava-se de diversos rasgos nos troncos, alguns tão profundos que pareciam verdadeiras sucções.

Instintivamente, ele brandiu a varinha, murmurando um “Lumos Maxima”. Logo, um grande perímetro da floresta foi invadido pela luz da varinha de Miller. Mesmo com toda aquela luminosidade, a floresta mantinha seu ar sinistro. As árvores “atacadas” ganhavam um aspecto mais sinistro com as sombras que seus galhos faziam ao refletir a luz.

- Ei! Tenho uma idéia... – e lançou um olhar maroto na direção de Draven.

“Tem certeza de que eu não posso arrancar os olhos dele?”

- Esperem! – Eskarina fez um sinal para que os dois silenciassem. Imediatamente, os três se voltaram para a floresta. – Escutaram isso?

***

No caminho para a Floresta Proibida, a vice-diretora notara uma linda lua cheia que pairava no céu num cenário que em qualquer outro dia seria visto com romantismo, entretanto, hoje só contribuía para dar veracidade as suspeitas e temores de Eskarina. Com varinha em punho e todos seus sentidos apurados, a bruxa seguia para floresta, se o que Shoronova dizia fosse verdade, era lá onde encontraria a confirmação.

Esperava por Draven, sentia falta dos olhos do Corvo que agora poderiam lhe mostrar o caminho mais seguro de um ponto de vista diferente, mas a ave tinha ido buscar – muito a contra-gosto - Thomas Miller, que no momento era o único que compartilhava as suspeitas da bruxa, e como auror tinha tanta experiências em campo quanto ela, e no caso de um ataque de Lobisomem isso era um grande bônus.

Quando o bruxo voltou no começo do ano letivo, Esk estava furiosa com ele e com as coisas que havia descoberto, mas ele jurou que mudara. Desde então, Thomas realmente mostrava isso. Esk ainda tinha algumas ressalvas, porém depois de todos esses meses e de tudo que ambos vinham enfrentando, estas vão ficando cada vez mais fracas. Ambos tinham segredos e ambos precisavam de ajuda. Combinação perfeita.

Os pensamentos em momento de tensão têm o hábito inconseqüente de viajar para inúmeros lugares e épocas, como se isso fosse um tipo de muro ou barreira, muito útil em alguns casos, mas em outros nada bons.

Esk estava chegando à orla da floresta, sendo lar de muitos seres, aquele local era palco de uma sinfonia de sons, menos hoje, o silencio gélido era um mau sinal.

*Proct*

A bruxa se sobressaltou, em algum lugar galhos foram esmagados. Apurando sua audição, procurava sinais de movimentos, e ouviu... Mas parecia uma discussão...

Foi possível distinguir as vozes, mesmo uma delas só sendo ouvida por telepatia, era Thomas e Draven. E Esk constatou uma coisa, não importava se humanos ou animais, Machos eram sempre iguais, sempre querendo mostrar quem era o melhor. Era como ver duas crianças brigando pelo doce.

A bruxa foi ao encontro dos dois, com sua expressão mais passiva possível, se preocupar com uma briguinha dessas era o que menos precisava. Thomas se recompôs e a cumprimentou, enquanto Draven pensava coisas não muito educadas a respeito do homem. Esk ignorou.

Trocaram algumas palavras, então, a mulher apontou para um local mais a frente, numa aglomeração de árvores onde havia várias marcas, algumas delas tinham lascado o tronco como se fosse pele caindo de um machucado.

Mas mesmo com a luz, por causa do emaranhado de arvores e plantas era difícil identificar algo mais a fundo. Thomas fez um comentário mordaz e o Draven rebateu, só que tinha algo acontecendo mais a frente , e esses dois não calavam os bicos;

– Esperem! Escutaram isso? – O bruxo ficou um segundo em silencio, e concordou. Draven alçou voo naquela direção, abriu a mente para que sua dona pudesse ver com os seus olhos de ave.

O que ouviram era um gemido angustiado e cheio de dor, sons de galhos sendo esmagados e então...

Ela viu, com os olhos de seu corvo:

“Sobrevoava uma clareira próxima, e um enorme lobo negro era atacado por feitiços que vinham de vários lugares ao mesmo tempo, porém o atacante não se mostrava. Era sádico e cruel, pois não queria apenas matar, mas sim causar dor e muito sofrimento. Cada feitiço que alcançava o animal – ou ser – deixava um rastro de sangue e medo.

AUUuuuUUUUUUuuuuuuuuu...

O lobo muito ferido caiu em convulsões, os feitiços cessaram por uns minutos. Então, onde antes estava o animal, agora se encontrava Santiago, o zelador mexicano que estava desaparecido a alguns meses. O homem tentou se arrastar e procurar abrigo, mas como uma mão invisível estivesse segurando-o pelo pescoço, o homenzarrão foi levantado do chão e mais uma vez a sessão de tortura começou “.

- Arfhh.. Socor... - Silencio


– Thomas! Por Merlin, é o Santiago! Ele é o lobisomem, e está sendo atacado e torturado, vamos, temos de ajudá-lo. – Essa frase pode ter soado muito estranha. Ajudar um lobisomem?

Esse lobisomem era Santiago, antes de tudo e Esk conhecia esse homem e sabia da essência boa e pura que ele tinha. Era um homem amaldiçoado e isso não era sua escolha, não tinha de pagar por isso.

Thomas não questionou, não era hora para isso. Ambos correram em direção à clareira, onde o zelador agonizava.

***
Mas antes que mulher pudesse partir na direção de Santiago, Thomas a segurou pelo braço e puxou-a para si, com a força e impetuosidade inerentes ao seu gênio. Eles ficaram frente a frente, olho a olho. Rapidamente, ele levou o dedo indicador até a boca, pedindo silêncio. Ela concordou. Com um pequeno gesto da cabeça, ele indicou o lado oposto ao que eles estavam e depois com os olhos indicou as árvores que estavam mais ao fundo.

Imediatamente, com as varinhas em punho, os dois se separaram e, de costas um para o outro, seguira direções opostas, formando uma espécie de cerco pelos dois lados de Santiago, que estava mais adiante dentro da floresta. Draven sobrevoava a copa das árvores e garantia uma visão segura e panorâmica do perímetro.

Esforçando-se para não provocarem nenhum ruído, começaram a se aproximar do local onde jazia o zelador de Hogwarts. Este estava estirado no chão, em uma posição que exprimia profunda dor e sofrimentos. Já era possível visualizar as diversas e profundas marcas em seu corpo. Um pequeno filete de sangue saía pela boca daquele homem que parecia ter sido atropelado pela locomotiva de Hogwarts. Seus olhos estavam vidrados, mas era possível perceber uma leve respiração.

Com um gesto indicativo com a mão esquerda, Miller alertou Eskarina para a sua retaguarda. Os dois sabiam se comunicar bem e aparentemente conseguiam trabalhar juntos. Eskarina então pôde correr com segurança até o corpo de Santiago, enquanto Miller rodava pelo local, protegendo a retaguarda da bruxa e esperando que o sinistro agressor surgisse em meio ao emaranhado de árvores e arbustos.

- Onde está você, seu desgraçado...? – ele murmurava, enquanto procurava, com dificuldade, vestígios da presença de alguém ou alguma coisa.

- Miller!

Eskarina, ajoelhada ao lado de Santiago, conseguiu reanimar, por alguns segundos, o zelador, que estava em estado de choque. Seus lábios se moviam compulsivamente, mas nenhuma palavra era pronunciada. Thomas se juntou a eles.

-...a...que...les...olhos...- e então ele tornou a agonizar e a urrar de dor. Logo em seguida um ruído vindo da floresta despertou a atenção deles. Ambos se ergueram, Eskarina se afastou para chamar Draven e Thomas avançou para a Floresta.

Mas quando perceberam, já era tarde. A distração durou apenas alguns segundos, suficientes para um clarão verde irromper do lado oposto de onde se encontravam e acertar em cheio o corpo de Santiago, que com um ultimo uivo de lamentação, encontrou o seu fim.

- NÃO! – Esk correu para Santiago e Miller em sua direção. Segurando a bruxa pela cintura, ele a impediu de se aproximar. – ME LARGA!

- NÃO! Ele está aqui, se for lá será um alvo fácil!

A última coisa que puderam escutar foi o farfalhar de asas e então o silêncio voltou a reinar na floresta. Segurando em seus braços a bruxa, Miller ergueu seus olhos e percebeu que tudo estava acabado. Devagar, soltou o corpo de Eskarina e deixou que ela fosse até o zelador.

Com um suspiro cansado e frustrado, ele fechou seus olhos e se concentrou. Sua mente concentrou-se em seu corpo. Gradativamente, Miller foi deixando sua forma humana. Ganhou garras e um belo par de presas afiadas, mas os olhos verdes e perigosos permaneceram presentes naquela nova forma.

Com um ágil pulo, correu para o lado oposto da floresta, de onde o clarão havia saído minutos antes. Farejou o caminho, subiu nas árvores e vasculhou a área. Com um rugido frustrando ele voltou para o lado de Eskarina.

- GRAAUUUUU... Desculpe. Nada. – respondeu retomando a sua forma humana e batendo nas mangas do sobretudo sujas de terra.

“Eu sabia que havia um gatinho dentro de você Miller. Devo jogar uma bolinha de lã para você brincar?”

Draven havia voltado e pousado no ombro direito de Eskarina.

- Talvez mais tarde eu brinque com você, sua tentativa frustrada de coruja... – respondeu entre dentes com um sorriso sarcásticos e os olhos verdes a brilhar. – Vamos – e estendeu a mão para a mulher. – Precisamos levá-lo de volta para o Castelo...[/quote]

– Dêem um tempo vocês dois. - Esk ignorou a mão do homem estendida e foi até o centro da clareira outra vez, estava intrigada, segundos atrás houvera mais alguém ali, como sumira tão rápido? Respirou fundo, o ar estava carregado com um odor doce de rosas.

– Está sentindo? Não sabia que tínhamos roseiras por aqui... – Miller se aproximou, tentando entender qual a importância disso, porém antes de terem certeza sobre o aroma, uma rajada de vento levou-o embora.

– Vamos, Esk, não temos mais o que fazer aqui, talvez amanhã com a luz do sol possamos encontrar alguma pista, mas agora será impossível. E precisamos tirá-lo daqui. – A bruxa assentiu e foi até o corpo imóvel do antigo zelador.

Seu corpo era quase todo coberto por tatuagens, os cabelos compridos estava emplastados de sangue e os olhos ainda vidrados, o seu rosto congelado na ultima emoção que demonstrara, alivio.

Thomas conjurou uma padiola e colocou sob o corpo e ela levitou, Esk conjurou um lençol branco e cobriu Santiago. Seguiram como num cortejo para o castelo, o homem tinha direito a um enterro decente.

– Thomas, eu não acredito que Santiago seja o monstro dessa história, digo, tudo que os centauros disseram, os ataques... Pode parecer loucura, mas ele procurava ajuda, ele estava fugindo de alguém. – Esk encarou Miller, que não parecia ter uma opinião formada ainda, ele apenas sorriu triste.

- Ele era um homem bom.

Aquela noite estava sendo sinistra, mas uma coisa era certa, o muro que a desconfiança havia construído e ainda teimava em separar Eskarina e Miller, acabara de ir ao chão.

E uma chuva torrencial caiu naquela madrugada, como se a lua chorasse. E toda e qualquer pista que poderia restar na clareira, foi lavada com o sangue de Santiago.
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Mensagem por Narrador Ter Jan 11, 2011 10:11 pm

AVISO:

DURANTE O ANO 3 O FÓRUM ESTEVE COM SUA TRAMA UM POUCO PARADA, ENTÃO O ÚNICO FATO RELEVANTE FOI O DESCOBRIMENTO DO LOBISOMEM, QUE MAIS TARDE VIEMOS A SABER, ERA UM ESCRAVO DO DIRETOR E DE MIHAITA.

SENDO MORTO POR ELA.
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